quarta-feira, dezembro 22, 2010

Tom Zé


Antonio José Santana Martins, compositor, cantor, performer, arranjador, escritor, nasceu em Irará, Bahia, em 11 de outubro de 1936.

É considerado uma das figuras mais originais da música popular brasileira, tendo participado ativamente do movimento musical conhecido como Tropicália nos anos 1960 e se tornado uma voz alternativa influente no cenário musical do Brasil. A partir da década de 1990 também passou a gozar de notoriedade internacional, especialmente devido à intervenção do músico britânico David Byrne.

Biografia

Nascido em uma família de classe média, economicamente favorecida quando seu pai, comerciante de Irará, tirou a “sorte grande” da loteria federal, Tom Zé passou a infância em sua cidade, no Recôncavo baiano. Menciona ter nascido na Idade Média, pela cultura peculiar e original de sua região “pré-gutenberguiana”, na qual fatos e manifestações musicais eram veiculados pela conversa, pelas interações interpessoais. Numa linguagem forte, o Português vinha do caboclo, do índio, do Descobrimento, do negro. Tom Zé conta que ler Guimarães Rosa representou uma continuidade da expressão de sua terra.
Em Salvador, no curso secundário, se interessou por música e cursou por seis anos a Universidade de Música da Bahia, depois de  ter passado em primeiro lugar no vestibular. Essa escola excepcional contava com professores como  Ernst Widmer, Walter Smetak e Hans Joachim Koellreutter.

Na mesma época, se alia a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia no espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o mesmo grupo, vai a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de Augusto Boal, e grava o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968.

Tom Zé, no festival da record, 1968.





Em 1968, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor".










David Byrne teve papel importante
na carreira internacional de Tom Zé.
Passou a década de 1970 e 1980 avançando ainda mais seu pop experimental em álbuns relativamente herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, é "descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), em uma visita ao Rio de Janeiro, que lança sua obra nos Estados Unidos, para grande sucesso de crítica. Lentamente sua carreira vai se recuperando e Tom Zé passa a atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998 (eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo The New York Times). Tom Zé compôs, na década de 1990, música para balés do Grupo Corpo.
Em 2006 foi lançado o filme Fabricando Tom Zé, um documentário de Décio Matos Jr, sobre a vida e obra do músico.


Discografia


Álbuns de estúdio
1968 Grande Liquidação - Rozemblit
1970 Tom Zé - RGE
1972 Tom Zé - Continental (relançado em 1984 como Se o Caso é Chorar)
1973 Todos os Olhos - Continental
1976 Estudando o Samba - Continental
1978 Correio da Estação do Brás - Continental
1984 Nave Maria - RGE
1990 Cantando com a Plateia
1992 The Hips of Traditions - Luaka Bop/Warner Bros
1997 Parabelo - Trilha sonora da Cia. de Dança Grupo Corpo (com Zé Miguel Wisnik)- Continental/Warner Music
1998 No Jardim da Política
1998 Com Defeito de Fabricação - Luaka Bop/WEA
2000 Jogos de Armar (Faça Você Mesmo) - Trama
2002 Santagustin - Trama
2002 20 preferidas - Trama
2003 Imprensa Cantada - Trama
2003 Jogos de Armar - Trama
2005 Estudando o Pagode-Segregamulher e Amor - Trama
2006 Danç-Êh-Sá - Pós-Canção/Dança dos Herdeiros do Sacrifício/7 Caymianas para o Fim da Canção - Tratore
2008  Estudando a Bossa - Biscoito Fino
2010  Pirulito da Ciência" - Biscoito Fino

Coletâneas
1990 The Best of Tom Zé - Luaka Bop/Warner Bros
1994 Tom Zé - Warner

Participações
1968 Tropicália ou Panis et Circensis - Philips
2002 Eu Vim da Bahia - BMG Brasil

    Vídeos



    Tom Zé no quadro arquivo do Radiola na Tv Cultura






    Trecho do documentário "Tom Zé ou Quem Irá Colocar uma Dinamite na Cabeça do Século?" de Carla Gallo.


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