sexta-feira, dezembro 24, 2010

Os Mutantes

Os Mutantes foram a banda de rock mais original do rock brasileiro, ou quem sabe do mundo. O trio formado por Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias apresentava um rock anárquico e experimental, que misturava desde psicodelia, Beatles, música concreta, música erudita e até o samba. Tudo isso com muita distorção de guitarra.



Biografia

Junto com seus colegas Tropicalistas: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Capinan e Nara Leão, eles atearam fogo no cenário musical brasileiro.


Tudo começou em 1964, quando os irmãos Baptista, Arnaldo (baixo, teclado) e Sérgio (guitarra) formaram a banda adolescente chamada Wooden Faces. Porém esta teve vida curta e logo depois eles montaram uma nova banda, o Six Sided Rockers, já com a presença de Rita Lee. O grupo ainda trocou de nome mais uma vez, para O Konjunto, até ser batizado definitivamente de Mutantes, que fora inspirada no livro de ficção científica “O império dos mutantes”, do francês Stefan Wul. 


Em 1966, com o conjunto bem entrosado, os Mutantes passaram a fazer participações em programas de TV bem populares, tais com “Astros do Disco”, “Jovem Guarda”, “O Pequeno Mundo de Ronnie Von”. Isso permitiu que o som deles chegasse aos ouvidos do maestro Rogério Duprat, que encantado, os chamou para contribuírem no arranjo de “Domingo no parque”, canção de Gilberto Gil para o III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de São Paulo (1967). Não satisfeitos com isso, eles ainda acompanharam o próprio Gil em sua apresentação no mesmo festival. 


Esse evento abriu as portas para um primeiro compacto – O RELÓGIO (1967) – e a participação no “disco-manifesto” TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENSIS (1968), que deflagou o Movimento Tropicalista.


Em 1968, eles lançam o seu primeiro LP, OS MUTANTES chegam as lojas , apresentando um repertório forte, bem psicodélico, com muita microfonia e longas passagens instrumentais. Tudo isso sob a “batuta” do maestro Rogério Duprat e do irmão Cláudio César, nos efeitos de estúdio e nos instrumentos. Mas o impacto mesmo ocorreria ao acompanhar Caetano Veloso na canção “É proibido proibir”, no III Festival Internacional da Canção da TV Globo do Rio, no qual se ouvia vaias de um lado e gritos de guerra do outro.


O ano de 1969 também é rico em acontecimentos. Gravam o segundo disco MUTANTES, sensivelmente melhor, onde mostram grande evolução musical, principalmente no que concerne a arranjos e composições. Canções como “Dom Quixote”, “2001” e “Algo mais” mostram que estavam bem afiados, sendo esta última utilizada para um comercial da Shell. 


Pela primeira vez viajam para o exterior, França e Europa. Na volta a “família mutante” cresce com a entrada do baterista Ronaldo Leme (Dinho) e o baixista Arnolpho Lima (Liminha).


Os dois álbuns seguintes "A DIVINA COMÉDIA OU ANDO MEIO DESLIGADO (1970) e JARDIM ELÉTRICO (1971) manteve o nível, flertando agora com o blues, o soul e o hard rock. Eles ainda fizeram um show no Olympia de Paris, onde aproveitaram a estada na Europa para gravar um disco para o mercado internacional, todo em inglês, que só foi lançado vinte anos depois (2000).
Paralelamente aos Mutantes, Rita Lee vinha gravando discos solos, que alimentavam os rumores de sua saída da banda. Fato que se consumou após a gravação do fraco MUTANTES E SEUS COMETAS NO PAÍS DO BAURETS (1972).


A partir daí tudo se modificou, enquanto Rita Lee se firmava como uma estrela de primeira grandeza da Música Popular Brasileira. Arnaldo Baptista, continua com os Mutantes por mais um disco – O A E O Z (gravado em 1973 e lançado em 1992), para depois seguir em carreira solo, onde alterna bons e maus momentos, com destaque para o álbum LOKI? (1974). Já Sérgio Dias tentou levar a frente os Mutantes, agora progressivo, sem muito sucesso.
Mais dois discos foram lançados - o TUDO FOI FEITO PELO SOL (1974) e o AO VIVO (1976). Contudo o fim da banda era inevitável. E dessa forma chegou ao fim a incrível jornada dos Mutantes, uma das bandas mais criativas do rock.

Discografia


Álbuns em stúdio
1968: Os Mutantes
1969: Mutantes
1970: A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado
1970: Build Up (Rita Lee solo album, featuring all Mutantes)
1971: Tecnicolor (abandoned, released in 2000)
1971: Jardim Elétrico
1972: Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets
1972: Hoje é o Primero Dia do Resto da Sua Vida (Rita Lee solo album, featuring all Mutantes)
1973: O A e o Z (released in 1992)
1974: Tudo Foi Feito Pelo Sol
2009: Haih Or Amortecedor

Álbuns Ao Vivo
1976: Mutantes Ao Vivo
2006: Mutantes Ao Vivo - Barbican Theatre, Londres 2006

Coletâneas
1968: Tropicália: ou Panis et Circenses
1999: Everything is Possible: The Best of Os Mutantes
2006: De Volta Ao Planeta Dos Mutantes

EPs
1968: A Voz do Morto/Baby/Marcianita/Saudosismo (with Caetano Veloso)
1969: Fuga n° II/Adeus, Maria Fulô/Dois Mil e Um/Bat Macumba
1970: Hey Boy/Desculpe Babe/Ando Meio Desligado/Preciso Urgentemente Encontrar Um Amigo
1976: Cavaleiros Negros/Tudo Bem/Balada do Amigo

Singles
1966: "Suicida"/"Apocalipse" (as "O'Seis")
1968: "É Proibido Proibir"/"Ambiente de Festival" (with Caetano Veloso)
1968: "A Minha Menina"/"Adeus Maria Fulô"
1969: "Dois Mil e Um"/"Dom Quixote"
1969: "Ando Meio Desligado"/"Não Vá Se Perder Por Aí"
1971: "Top Top"/"It's Very Nice Pra Xuxu"
1972: "Mande Um Abraço Pra Velha"
2008: "Mutantes Depois"

DVD
2006: Mutantes Ao Vivo - Barbican Theatre, Londres 2006

Vídeos


Uma das músicas que marcaram o movimento tropicalista. Panis Et Circenses.


Preciso urgentemente encontrar um amigo no programa Radiola, TV Cultura

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